Lisboa, 10 de novembro – O braço direito do primeiro-ministro socialista António Costa, Miguel Alves, renunciou nesta quinta-feira ao cargo de ministro das Relações Exteriores após ser acusado de corrupção.
Alves, ex-prefeito do município de Caminha, no norte de Portugal, está sob investigação desde 2019, mas Costa o nomeou assessor de Estado do primeiro-ministro há dois meses.
Os críticos apontaram para Costa, que obteve maioria absoluta no parlamento em janeiro deste ano, por nomear Alves em um momento em que ele já estava sob investigação.
Os promotores do país disseram na quinta-feira que ele foi formalmente acusado.
Em sua carta de demissão a Costa, Alves disse que não poderia mais estar no governo com base nas alegações dos promotores. Costa aceitou a demissão e agradeceu por ter assumido o cargo.
Alves disse que a alegação é anterior a eventos durante o mandato de Caminha como prefeito em 2015 e 2016.
O jornal Publico noticiou as denúncias relacionadas a contratos que ele assinou em favor de uma empresa de propriedade da esposa de outro prefeito socialista.
Faz parte de uma investigação mais ampla sobre corrupção e abuso de poder por líderes e organizações locais.
Segundo o Publico, o município de Caminha teria também adiantado 300.000 euros (305.280,00 dólares) de renda para construir um centro de exposições enquanto Alves estava no poder. O centro ainda não foi construído.
“Tenho a consciência tranquila”, disse Alves em sua carta de demissão, acrescentando que “acredita plenamente na legalidade de todas as (suas) decisões”.
(US$ 1 = 0,9827 euros)
Reportagem de Katerina Demoni; Edição por Sandra Maler
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