O Secretário de Estado dos Assuntos Europeus de Portugal, Tiago Antunes, rejeitou as alegações de incompatibilidade entre o regime do Acordo de Mobilidade da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e o regime do Espaço Schengen.
Em resposta ao processo de infração iniciado pela Comissão Europeia contra Portugal, o secretário Antunes disse que o país continuará o regime de mobilidade da CPLP, desde que os cidadãos da CPLP continuem sujeitos a regras simplificadas no pedido de vistos.
A mesma autoridade disse que Portugal ficou surpreso com a decisão da Comissão Europeia, uma vez que não havia incompatibilidade entre os dois regimes, relata SchengenVisaInfo.com.
Tivemos várias oportunidades no passado para explicar à CE que não existe incompatibilidade entre o regime do Acordo de Mobilidade da CPLP e o regime do Espaço Schengen.
Como explica o Público, o secretário Antunes destacou ainda que o país não teria aceitado as regras simplificadas se pensasse que não estava em conformidade com o regime de Schengen.
Além disso, garantiu a todos que Portugal continuará a implementar o regime de mobilidade da CPLP “dentro do quadro legal geral”.
Os imigrantes da CPLP em Portugal queixaram-se das restrições de mobilidade, alegando que o documento não lhes permitia viajar para fora de Portugal, apesar de estarem sujeitos a regras flexíveis de pedido de visto.
Chamando Portugal de prisão aberta para quem chega com vistos da CPLP, Timóteo Macedo, da Associação para a Protecção dos Direitos dos Migrantes, disse que não havia liberdade de circulação. As autoridades solicitaram que fossem tomadas medidas a este respeito.
As pessoas que chegam a Portugal com visto da CPLP não podem viajar dentro do Espaço Schengen como os demais portugueses. Como uma prisão a céu aberto.
Já o secretário Antunes disse não haver nada de impróprio, sublinhando que as suspeitas levantadas pela comissão se basearam nas denúncias de uma pessoa que já tinha sido inocentada pelas autoridades.
Na sequência das reclamações, a Comissão Europeia considerou Portugal não cumpridor das obrigações da UE, que estabelecem autorizações de residência uniformes para nacionais de países terceiros, e do Acordo de Schengen sobre a livre circulação, nota o Público.
O Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, também rejeitou a incompatibilidade entre os regimes de vistos português e europeu.
Disse que o país já deixou claro diversas vezes que não há conflito entre os dois regimes.
Em contrapartida, o grupo parlamentar da SEGA disse que era “sempre um disparate e uma farsa” e disse que o movimento da CPLP iria apresentar um pedido ao Parlamento para anular o acordo.
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