Maio 14, 2024

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Composto da mosca da fruta pode levar a novos antibióticos

Composto da mosca da fruta pode levar a novos antibióticos

Pesquisadores da Universidade de Illinois em Chicago descobriram que um peptídeo natural das moscas da fruta, chamado drosocina, pode se ligar aos ribossomos das bactérias e impedir a produção de proteínas, forçando as células bacterianas a se autodestruírem. Essa descoberta, juntamente com a compreensão de seu mecanismo de ação, pode facilitar a criação de novos antibióticos.

Um novo estudo aponta para o mecanismo antibacteriano do peptídeo.

Pesquisadores da Universidade de Illinois em Chicago descobriram que um peptídeo derivado de moscas-das-frutas pode abrir caminho para o desenvolvimento de novos antibióticos.

Postado em Química Natureza BiologiaSeu estudo revelou que um peptídeo natural, conhecido como drosocina, protege o inseto contra infecções bacterianas ao se ligar aos ribossomos bacterianos. Uma vez ligada, a Drosocina impede que o ribossomo conclua adequadamente sua tarefa principal – produzir novas proteínas, das quais as células precisam para funcionar.

A produção de proteínas pode ser interrompida interferindo em diferentes estágios de tradução – o processo pelo qual ela é produzida DNA É “traduzido” em moléculas de proteína. Os cientistas da UIC descobriram que a drosocina se liga ao ribossomo e impede o término da tradução quando o ribossomo atinge o sinal de parada no final do gene.

“Drosocina é o segundo antibiótico peptídeo conhecido por interromper a terminação da tradução”, disse Alexander Mankin, autor do estudo e professor ilustre do Centro de Ciências Biomoleculares e do Departamento de Ciências Farmacêuticas da Faculdade de Farmácia. O outro, chamado apidaecin e encontrado em abelhas, foi descrito pela primeira vez por cientistas da UIC em 2017.

O laboratório da UIC, dirigido conjuntamente por Mankin e Nora Vázquez-Laslop, professora pesquisadora da Faculdade de Farmácia, conseguiu produzir um peptídeo de mosca-das-frutas e centenas de seus mutantes diretamente em células bacterianas.

“Drosocina e seus mutantes ativos produzidos dentro de bactérias forçaram as células bacterianas a se autodestruírem”, disse Mankin.

Embora os peptídeos drosocina e apidaecina atuem da mesma forma, os pesquisadores descobriram que suas estruturas químicas e formas de ligação ao ribossomo são diferentes.

“Ao entender como esses peptídeos funcionam, esperamos alavancar o mesmo mecanismo para potenciais novos antibióticos. A comparação lado a lado dos componentes dos peptídeos facilita a engenharia de novos antibióticos que tiram o melhor de cada um”, disse Mankin.

Referência: “Inhibition of Translation Termination by themicrobial peptide Drosocin” por Kyle Mangano, Dorota Klipaki, Erosa Ohanmo, Chitana Palega, Weiping Huang, Alexandra Brakel, Andor Krisan, Yuri S. Polikanov, Ralph Hofmann e Nora Vazquez-Laslope 23. Química Natureza Biologia.
DOI: 10.1038/s41589-023-01300-x

O estudo foi financiado por Instituto Nacional de Saúde.