Maio 19, 2024

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Reduzindo as Interações com Orcas – Portugal News

Reduzindo as Interações com Orcas – Portugal News

“Algumas linhas de desenvolvimento de barreiras acústicas estão sendo testadas neste verão para encontrar opções para a proteção dos veleiros e reduzir o número de contatos”, disse Antonio Pessa de Carvalho, presidente da Associação Nacional de Vela. (ANC), disse à Lusa.

O marinha portuguesaAgência para a Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e o ANC realiza reuniões desde março, tentando abordar essas interações de até 15 metros entre orcas e veleiros — ainda não explicadas — que já levaram ao naufrágio de pelo menos duas embarcações.

Os primeiros casos de contacto na costa portuguesa foram registados em 2020, quando algumas orcas mais jovens começaram a entrar em contacto com navios, principalmente veleiros, mas também com embarcações de pesca e windsurf.

“Os donos de veleiros estão muito preocupados e com medo de levar os seus barcos para o Algarve, como fazem todos os anos nesta altura”, diz o líder do ANC.

Pessa de Carvalho notou que “muitos estrangeiros que evitam as águas portuguesas” e vêm do norte da Europa vão diretamente para a Madeira e Canárias, evitando desembarcar na costa oeste do país.

“Acreditamos que este trabalho colaborativo será frutífero e que poderemos desenvolver uma ferramenta que nos permitirá proteger os navios e o grupo de orcas”, disse o funcionário.

De acordo com o site da Atlantic Orca Task Force (G.T.O.A), desde o início do ano, houve algumas dezenas de “interações físicas” de barcos com orcas, principalmente ao longo da costa da Andaluzia (Espanha) de Cádiz ao Estreito de Gibraltar.

Em Portugal, durante o mesmo período, houve seis destes “contactos com contactos físicos” a várias milhas da costa: um em Beniche, três no cabo Espichelle, um em Melides e três a sul das Ilhas Faroé.

Esses animais são atraídos principalmente pelo leme dos barcos e, em alguns casos, os contatos causaram sérios danos, que impediram os barcos de navegar por não conseguirem traçar um rumo.

“Ainda não se sabe porque é que as orcas entram em contacto com os navios, o que sabemos é que entram principalmente em contacto com os lemes dos veleiros, estrutura relativamente frágil destas embarcações”, disse à Lusa o biólogo marinho Rui Pérez dos Santos.

Segundo a investigadora, doutoranda do Centro de Ciências do Mar (CCMAR). Universidade do Algarve (UAlg), “Embora já existam contactos com barcos de pesca e observação de cetáceos, os veleiros são o principal alvo de contacto e os que mais estragos provocam”.

Questionado sobre se estas interações representam algum perigo para os banhistas, Luza disse que Rui Pérez dos Santos não tem, até à data, registo de contacto com pessoas na água enquanto nada perto de barcos ou na praia, pelo que o risco seria inexistente, a priori .

Estes animais são cetáceos da família dos golfinhos, alimentando-se principalmente de atum rabilho do Atlântico. Apesar de terem dentes, não comem cetáceos ou outros mamíferos marinhos, segundo o GTOA.

Rui Santos Pereira, comandante da Região do Oceano Austral, diz não haver perigo “imediato” para as pessoas, apenas teme que o leme se quebre e a embarcação afunde devido ao contacto.

No caso dos banhistas, o capitão do Porto de Faro admite que as orcas “não atacam”, sustentando que não há perigo.

Segundo relatos citados pelo GTOA, Arcas “tocou, empurrou e virou” o rumo das embarcações, às vezes prejudicando seus níveis de leme.

Segundo informações de vários órgãos, caso sejam avistadas orcas, as embarcações devem, se possível, reduzir a velocidade, desligar o motor, parar de empurrar o leme e aguardar a movimentação dos animais.

A orca ibérica é uma subpopulação de orcas que vive no Atlântico Nordeste, tipicamente desde a costa oeste da Galiza (Espanha) até ao Estreito de Gibraltar, cobrindo toda a costa portuguesa.

As orcas ibéricas têm um comprimento adulto de cinco a seis metros, o que é pequeno em comparação com outras orcas, como a antártica, que podem chegar a nove metros.


TPN/Lusa