O Vaticano retirou um selo que promovia a Jornada Mundial da Juventude deste ano em Portugal, após denúncias de que celebrava o império colonial português e a ditadura nacionalista de Antonio Salazar.
ROMA – O Vaticano retirou um selo postal promovendo a Jornada Mundial da Juventude em Portugal este ano, após denúncias de que celebrava o império colonial português e a ditadura nacionalista de Antonio Salazar.
No selo, que ainda esta quinta-feira estava à venda online, o Papa Francisco conduz um grupo de crianças à descoberta do monumento lisboeta. O monumento gigante de pedra e concreto foi construído em 1960 para marcar o 500º aniversário da morte de Henrique, o Navegador, um dos mentores da expansão marítima de Portugal no século XV.
O monumento, localizado na margem norte do rio Tejo, em Lisboa, é desaprovado por alguns em Portugal porque foi construído durante a ditadura de Salazar e como parte do esforço do governo para promover a identidade nacional e a expansão colonial do país. Na África.
O selo com o símbolo da Jornada Mundial da Juventude e vendido por 3,10 euros (US$ 3,30) foi lançado na semana passada pelo Escritório Numismático e Filatélico do Vaticano. O escritório faz uma grande contribuição para o orçamento do Estado da Cidade do Vaticano por meio de suas vendas privadas e online de moedas comemorativas, medalhas e selos, que muitas vezes são itens cobiçados de colecionadores.
No entanto, a administração da cidade-estado informou em comunicado na noite de quarta-feira que estava retirando o selo “e está em processo de emissão de um novo selo em substituição”.
A controvérsia foi particularmente aguda em março, quando o Vaticano repudiou formalmente a “Doutrina da Invenção”, os princípios que apoiavam as “Bulas Popan” do século 15 que legitimaram as conquistas coloniais de Espanha e Portugal e a apropriação de terras na África e nas Américas.
Francisco, o primeiro papa latino-americano da história, repetidamente pediu desculpas aos povos indígenas por crimes da era colonial e abusos cometidos por missionários católicos.
A mídia italiana citou o bispo português Carlos Azevedo, baseado no Vaticano, dizendo que o selo era de “mau gosto” e não refletia a mensagem de fraternidade de Francisco.
“Certamente, o Papa Francisco não reconhece esta imagem nacionalista, que contradiz a fraternidade universal e seu magistério”, disse Acevedo, segundo o jornal.
Francisco viajará a Lisboa em agosto para celebrar a Jornada Mundial da Juventude, um comício semanal da juventude lançado por São João Paulo II para inspirar os jovens católicos em sua fé. O evento, que normalmente acontece a cada três anos, foi adiado por um ano devido à pandemia.
Salazar governou Portugal da década de 1930 até 1968 e morreu em 1970. Um golpe militar de 1974 derrubou a ditadura, abrindo caminho para Portugal se retirar de guerras impopulares e conceder independência às suas colônias africanas.

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