RIO DE JANEIRO – Em 2018, os eleitores brasileiros foram inundados com mentiras antes da eleição presidencial, incluindo muitos que favoreciam o então candidato Jair Bolsonaro, o que ajudou a mantê-lo no cargo.
Este ano, a desinformação persistiu, mas também foi menos prevalente, segundo especialistas. Isso se deve em parte aos esforços das empresas de tecnologia para reprimir postagens intencionalmente enganosas, bem como Ação rigorosa do Supremo Tribunal Federal E funcionários eleitorais para forçar as empresas a remover o conteúdo.
Um dos ministros do STF em especial, Alexandre de Moraes, ordenou que as grandes redes sociais Para remover milhares de postagens, dizendo que estavam espalhando “notícias falsas” ou que as pessoas que as espalhavam ameaçavam o tribunal. Poucas, ou nenhuma, grandes democracias influenciaram direta e repetidamente o que pode ser dito na Internet, e podem Despertou polêmica na sociedade brasileira Transforme o quão longe demais do governo para reprimir a desinformação.
Especialistas dizem que os resultados foram mistos até agora. “Isso foi necessário, foi positivo, mas não foi suficiente”, diz Marco Aurélio Rudiger, diretor da Escola de Comunicação da Fundação Getulio Vargas, no Rio de Janeiro. “Porque a quantidade de notícias falsas é muito grande.”
Primeiro, os algoritmos destinados a bloquear a desinformação são falhos. E mesmo quando esse conteúdo é removido de uma plataforma, muitas vezes encontra um público restrito a outra plataforma menos rígida. O conteúdo falso também se tornou mais preciso, favorecendo fatos distorcidos ou enganosos que muitas vezes são difíceis de refutar.
“Estas não são mentiras descaradas”, diz Tai Nalon, chefe do grupo de pesquisa de desinformação do Brasil, Tai Nalon. “Mas eles deturpam um fato, fazem uma pergunta ou deixam de fora o contexto.”
No Brasil, a desinformação também se espalha diretamente entre pessoas que podem se conhecer, o que a torna menos acessível, mas também significa que tem mais peso junto aos destinatários. “Todo mundo não está mais recebendo mentiras”, diz a Sra. Nalon. “Vemos desinformação circulando em grupos especializados, em grupos de igrejas”.
A categoria mais preocupante de desinformação este ano foram as postagens sugerindo que a esquerda brasileira está planejando fraudar eleições contra Bolsonaro. O próprio presidente impulsionou essa teoria, provocando debate na internet brasileira.
Os vídeos “Stop Theft” repetindo as falsas alegações de fraude do presidente atraíram milhões de visualizações no YouTube e no Facebook, de acordo com o SumOfUs, um grupo de defesa que visa responsabilizar as empresas. O grupo divulgou um relatório na semana passada que dizia que o Google e a Meta, empresa controladora do Facebook e do Instagram, permitiram que milhares de anúncios, vídeos e postagens que colocam em dúvida o processo eleitoral no Brasil fossem executados em suas plataformas.
A Cyabra, uma empresa de análise de mídia social, analisou postagens de 4.440 contas discutindo os sistemas de votação brasileiros no Twitter, TikTok ou Facebook nas últimas semanas e descobriu que 6% das postagens vieram de contas não nativas, atingindo 1,3 milhão de pessoas.
Algumas publicações também atacaram o principal rival de Bolsonaro, Luis Inácio Lula da Silva, o ex-presidente de esquerda. Algumas publicações alegaram falsamente que ele planeja fechar igrejas e transformar o país em um estado comunista opressivo.
Embora exista conteúdo enganoso em favor de Lula online, Nalon diz que é raro ver a esquerda promovendo mentiras descaradas ou conspirações infundadas. Em vez disso, as publicações de esquerda se concentraram em explorar o histórico ruim de Bolsonaro, incluindo seu manejo fracassado da pandemia.
“Tem muita conversa ruim” de Bolsonaro, diz dona Nalon. “Mas é mais um tom de propaganda.”
Bolsonaro rejeitou pesquisas que mostram que ele está atrás de Lula, que lidera há meses com dois dígitos. Semelhante ao presidente, foi um clipe viral recente do maior noticiário noturno do Brasil Manipulado para aparecer O apresentador da falsa pesquisa de opinião coloca Bolsonaro bem à frente de seu rival de esquerda.
No entanto, muitos brasileiros aprenderam lições valiosas durante a pandemia, que viu uma enxurrada constante de desinformação sobre o coronavírus e a vacina, muitas das quais o próprio Bolsonaro promoveu.
“As pessoas estão mais críticas agora e mais vigilantes”, diz Rüdiger. “Eles não caem em todas as mentiras.”
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